23 abril, 2004

A essência do futebol



Mais do que qualquer lance de grande penalidade por marcar, mais do que qualquer cartão amarelo por mostrar, mais do que as detenções de figurões do futebol (que há anos andam a estragá-lo), mais do que qualquer fora de jogo mal assinalado, ficou-me na retina a expulsão de que foi vítima Jorge Andrade, ontem no jogo entre FCP e Depor. Que injustiça para tão amigável, tão exemplar rapaz, que vê um gesto de carinho, um daqueles gestos que nos faz gostar ainda do futebol, ser transformado num acto de violência. Foi num repente que lhe roubaram o sorriso. Roubado por um árbitro estúpido indiferente ao esclarecimento do Jorge : "He is my friend, he is my friend". E agora de certeza que não volta a repetir gesto idêntico, gestos que tanta falta fazem. É pena. Um toque amigável num “amigo”, como que a dizer “levanta-te lá”… E um “amigo” de braços abertos num reflexo, pronto a pedinchar por qualquer coisa, que depressa se transformou em confusão naquela cabecita. E no fim, a berraria do costume, as guincharias de quem se esquece muito rápido, muito rápido mesmo, de quem por vezes diz “errar é humano” quando é favorecido, mas logo a seguir clama por “castigo” quando o erro é contra ele. Pfff… Que venham mais Jorges! O futebol está a morrer. LR

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