10 fevereiro, 2006

Sócio, gira lá um euro II

Ser assaltado é como cortar o cabelo: é uma coisa que se vai adiando, que não apetece, mas que chega a uma altura em que se torna inevitável e muitas vezes até se sente a sua falta.
Hoje fui vítima do assalto do trimestre.
Ia em passo de corrida, já atrasado para o último exame do semestre, para não variar, quando sou interceptado na minha corrida por dois indivíduos, aparentemente sem nada em comum, a não ser, o que mais tarde viria a verificar, uma tendência cleptomaníaca. Bem, sou interceptado e o indivíduo maior, um ciganão (indivíduo com semelhanças aos indivíduos da dita raça mas que pode ou não ser pertencente ao grupo) com cerca de 1,90 m e entroncado, trava, chamemos-lhe assim, diálogo comigo. Eu, entalado entre muro e carros, acedi a “conversar” com os indivíduos, apesar de estar atrasado. E diz ele: “Sócio, gira lá um euro!”, de forma bastante calorosa, aparentando ser possuidor duma característica muito comum em assaltantes, que é a de nos fazer sentir importantes, considerando-nos um sócio seu. Engano. Respondo que não tinha, como é habitual nestas situações, e eis que o mastronço (um nome carinhoso que lhe atribuí) fica possesso por causa da minha imprudência de não andar com euros à mão para o caso de ser assaltado, e no fundo com razão, porque ali estavam eles a querer trabalhar e eu a dificultar. Nisto saca dum facalhão, literalmente, do mato, e resolve mudar de táctica dizendo “Gira-te do telemóvel”. Claro que engendrei logo um plano genial que consistia em dizer insistentemente que não tinha telemóvel, esperar que eles descobrissem que afinal eu tinha telemóvel e que me dessem uma facada para ficar safo daquela situação. E segui-o à risca. Insisti que não tinha telemóvel (este encontrava-se dentro da mala) mas eis que me pedem para mostrar a mala. Foi quando me apercebi que se calhar o plano não era assim tão bom e resolvi também eu mudar de táctica. E começo a disparar “Epá, não tenho telemóvel, tou atrasado pró teste!”. Após repetir isto como se não houvesse amanhã, um sem número de vezes, o indivíduo mais pequeno (claramente o cérebro da operação) começa a ficar nervoso pela demora do assalto e tenta dissuadir o parceiro. Para minha satisfação o mastronço lá se convence que aquilo não ia dar em nada e vamos cada um para seu lado. Não gritei “suckers” já de longe, porque o mastronço era de facto muito grande e poderia apanhar-me. E lá fui à minha vida.
Portanto, o conselho que vos dou, meus amigos, é que digam sempre que são frades franciscanos para convencer os assaltantes que bens materiais não são convosco, isto se eles forem conhecedores das características destes simpáticos frades, porque eles acabam por engolir a patranha. Não é à toa que em matéria de assaltos estou a ganhar 15-1.
Se algum assaltante estiver a ler isto, epá, vai-te foder. LR

4 comentários:

  1. Pois, pois!!!!!
    Só k d'outra vez num resultou, bem k podias ter instruido o ppl antes, assim ainda andava com o tlm de ecrã partido pelo kual nutria um enorme carinho ( sem falar dos numeros das malukas k lá tinha)
    lool
    Cumps.

    ResponderEliminar
  2. Da outra vez foi um caso excepcional. Quando tens 5/6 indivíduos a agarrarem-te por muito que digas que és um frade franciscano é muito fácil para eles confirmarem o contrário, e arriscas-te até a ouvir "Se és um frade então não deves precisar disto."

    P.S.: Esse caso foi o do tento de honra dos assaltantes (15-1).

    ResponderEliminar
  3. Depois de ter rebolado no chão d etanta gargalhada .. apesar de istro não ter piada nenhuma..devo dar-te os parabens..estás a ficar perito nas tacticas de não sermos assaltados hã!!

    Keep Going ..!!

    :P

    Beijoo

    ResponderEliminar
  4. looooooool...mto bom =)sérgio..povoa e meadas rullez

    ResponderEliminar