31 maio, 2006

Ser ou Não Ser?

Nos últimos dias deparei-me com ela e aí entendi a possível profundidade de tal questão, que poucos se arriscam tentar responder! E não é o que vou tentar fazer!
E como eu, se ainda não se depararam com tal questão, podem-se ir preparando, pois ela há-de aparecer!
Todos nós a dada altura da vida nos questionamos se somos realmente aquilo que pensamos ser, aquilo que queremos ser ou aquilo que os outros dizem que somos e muito raramente chegamos a uma conclusão. Podemos optar por não nos importarmos com isso, mas de tempos a tempos ela volta de novo. Podemos chegar a uma conclusão, mas mais cedo ou mais tarde vem algo ou alguém que nos faz pôr tudo isso em questão!
A descoberta de quem somos é paralela ao percurso da nossa vida, e quando encontramos a resposta é porque pouco mais temos a aprender com a vida e nos podemos sentir realizados, aí teremos a confiança que sempre desejamos ter e a segurança que precisamos!
Que somos algo, todos nós sabemos, o que nos distorce os pensamentos é o que somos e não realmente se somos! Eu sei que sou, só não sei bem o que sou!
E acho que a resposta só terá sido encontrada quando as opiniões, acontecimentos e reflexões não nos fizerem voltar a questionarmo-nos sobre este assunto!
Acho que estou a ser demasiado filosófico e até idiota, mas achei que devia partilhar estes pensamentos com quem tiver interessado em ler isto, gostava de receber as opiniões de quem se quiser questionar sobre esta problemática!
Em Busca do Conhecimento Interior….HC

22 maio, 2006

Nascidos antes de 1986?

De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípio de 80 não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas em tinta á base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.
Não tínhamos frascos de medicamento com tampas "á prova de crianças" ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas.
Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.
Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags viajar á frente era um bónus.
Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem.
Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.
Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.
Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado aprendíamos.
Saímos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer.
Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
Não tínhamos PlayStation, X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet.
Tínhamos amigos… se os quiséssemos encontrar, íamos á rua.
Jogávamos ao elástico e á barra e a bola até doía!
Caíamos das arvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.
Havia lutas com punhos mas sem sermos processados.
Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola; não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.
Criávamos jogos com paus e bolas.
Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem, eles estavam do lado da lei.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas.
Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.
És um deles?
Parabéns!
Subliminar Message
(isto é uma adaptação de um e-mail que recebi e achei que deveria partilhar com o resto da malta, como não sou adepto do e-mail em cadeia, achei que esta seria a melhor forma de o transmitir) HC

Calvin & Hobbes (21)



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18 maio, 2006

Touro Lindo

Com a inauguração do novo Campo Pequeno aviva-se de novo a questão sobre os direitos dos touros e levantam-se vozes contra as touradas.
Tentando manter uma visão imparcial sobre a questão, parece-me que, infelizmente, é completamente inviável proibir as touradas na actualidade. Sobre várias perspectivas.
Primeira: as touradas estão muito enraizadas na cultura e tradição portuguesa (ao contrário dos circos com animais onde julgo que não haveria grande oposição se fosse proibida a utilização de animais). É raro o vilarejo onde não se pratiquem mini touradas, e onde não existam aficionados. E quem gosta de touradas normalmente leva-o a sério, e não me parece que se aceitasse de ânimo leve a sua proibição.
Segunda: a proibição das touradas levaria, provavelmente, a que fossem efectuadas touradas ilegais em piores condições dos que as que são feitas agora.
Terceira: o fim dos touros bravos. Sem touradas não tenho dúvidas que os touros bravos desapareciam do mapa. Infelizmente, a mentalidade do homem ainda é “os animais existem para nos servir”. Como li há pouco no site de um aficionado da tauromaquia, “O touro bravo existe para ser lidado na praça. Se assim não fosse (…) não havia necessidade de existir o touro bravo”. Necessidade. Triste, mas é isto que as pessoas pensam.
Parece-me, ainda assim, que a minoria que são os touros utilizados em touradas compensa a existência de todos os muitos outros, que nunca chegam a ser utilizados. Só são utilizados touros com características muito específicas. Como me contava há dias o amigo hoolie, uma nossa amiga dizia que preferia que desaparecessem todos os touros a que fossem feitas touradas. Parece-me que fundamentalismo deste não ajuda em nada a causa dos touros.

Na minha opinião é triste que ainda se goste deste triste espectáculo. Mas o que é certo é que se gosta. Como dizia o Gandhi, “A grandeza duma nação e o seu progresso moral podem ser avaliados pela forma como tratam os seus animais.”
Pelo que oiço e leio, parece-me que, ainda assim, há hoje em dia menos fãs desta carnificina do que existiam há 30 ou 40 anos, e são raros os jovens que não tenham de certa forma aversão a touradas. O que só me leva a crer que a mentalidade sobre este tema, e sobre direitos dos animais em geral, está a evoluir, não tão depressa como desejaríamos, mas está a evoluir. A quem defende os direitos dos animais só resta jogar com as cartas que tem, tentar sensibilizar quem gosta das touradas, e acima de tudo fazer as crianças perceber desde cedo o errado que é usar os animais apenas para nosso divertimento de maneira tão cruel. O ideal seria com uma varinha mágica poder mudar esta mentalidade de um momento para o outro. Tal não é possível. Por isso que se começe com pequenos passos para percorrer a grande distância que é fazer da consciência dos direitos dos animais algo generalizado na sociedade.
Por enquanto, resta exigir que os touros sejam abatidos logo após a tourada em condições o mais dignas possíveis, e não que fiquem a sangrar durante dias até que o matador abra nas 2ªs feiras. LR

01 maio, 2006

Síndrome de Tourette

Pois bem! Na linha do que me comprometi a quando da criação do famigerado blog, vou falar duma doença rara! Na verdade a ideia era que tal “projecto”, vamos chamar-lhe assim, fosse mais regular, mas como os meus conhecimentos de medicina não são propriamente enciclopédicos, remeti tal tarefa à regularidade de uma vez por ano!
(talvez agora com o Dr. House surjam mais doenças raras)
Portanto, hoje venho falar-vos da Síndrome de Tourette (ST), assim pelo nome não vos deve dizer nada, mas se eu vos disser que os seus sintomas consistem em vocalizações ou gestos que não se controlam, rápidos, súbitos, sem objectivo, repetitivos e inconscientes, tiques portanto, talvez vos dê umas luzes (ou talvez vos deixe sem qualquer vontade de ler o resto do texto).
Doença chata esta! A parte dos gestos nem é o pior, porque embora alguém que pisque repetidamente os olhos ou encolha sistematicamente os ombros enquanto conversa possa ser bastante enervante, um pessoa que não consiga ter uma conversa, sem que pelo meio diga umas cinco vezes “É cumak parece um tiro duma Flobér!” (por exemplo), é bem pior!
O mais chato no meio de tal terrível patologia é que geralmente o doente não se apercebe que apresenta tiques como os referenciados anteriormente e não pode assim explicar a quem quer que com ele trave conversa que quando o mandou ir para o órgão genital masculino ou lhe fez um manguito (não quis ferir susceptibilidades), o que realmente aconteceu foi um tique provocado por uma doença, acabando assim por muito certamente ser agredido, eu pelo menos partiria para a violência se me mandassem para o órgão sexual masculino! (ou então começava a chorar e ia-me embora)
O lado positivo da existência desta doença, mas obviamente para quem não lhe foi diagnosticada a mesma, é que quando aquele rufia lá da escola se mete connosco e nós tendo medo mas mesmo assim não querendo ficar mal na fotografia os mandamos ir “ter relações homossexuais com o seu tio de França” (outro exemplo), sem querermos ficar sem algumas teclas do piano, podemos sempre alegar sofrer de ST, de qualquer forma convém ter sempre o número do dentista à mão, porque os rufias geralmente são ligeiramente ignorantes, e podem ignorar a existência de tal patologia! (assim aconselho a todos os rufias ignorantes a lerem este texto. Sim, estou a falar contigo, sim tu que tens uns diamantes espetados nas orelhas e usas um boné da nike com a dobra da pala virada para cima (não me estou a referir a ninguém em especial, aliás a ideia foi abranger o maior numero de rufias possível, visto serem todos iguais))
Assim me despeço e espero que esta pérola da medicina vos sirva para algo no vosso futuro! (nem que seja apenas para gozarem comigo, por ter pegado em tal assunto) HC