13 outubro, 2009

12 outubro, 2009

Loures contra o desemprego!

É com muito agrado que verifico que os cidadãos de Loures se uniram contra o desemprego. Salvaram a maioria da família de Carlos Teixeira do desemprego, renovando-lhe o mandato por mais 4 anos.
É bonito ver as pessoas unidas por uma causa, solidárias com uma família inteira.

Viva Loures Solidária! Viva o Compadrio!
LR

Luís Execra os Sufrágios

O dia 11 de Outubro foi um dos dias mais espectaculares que me lembro.
Depois de acordar às 6 da manhã, nada como começar por arcar com 20 quilinhos de votos em braços até à assembleia de votos, a 750 metros. Ainda antes do pequeno-almoço contar 3500 boletins de voto, só pra ter a certeza que se lembraram de aparecer todos. Das 8:00 às 19:00 receber os B.I.'s de 700 pessoas e ler o seu nome em voz alta, evitando rir com nomes como Tibúrcio, Pisco Pola e Trouxa que quase fazem esquecer que a gripe A anda por aí e que contactar com 700 pares de mãos é capaz de não ser a melhor das ideias. 19 horas, toca a contar 2100 votinhos, 2 ou 3 vezes porque há sempre alguém que resolve enganar-se (especialmente eu). Fossem estas umas eleições normais e não de anormais, e às 20:30 estava o dia feito e razoavelmente mal pago.
Mas eis que um ser de inteligência superior (leia-se Exma. Srª. Drª. Juíza Presidente da Assembleia de Apuramento Geral a.k.a. P***) resolve lançar um despacho que obriga a que todos os Presidentes das Mesas de voto saiam ao mesmo tempo e se dirijam à Câmara de Loures acompanhados pela polícia.
Depois de esperar mais de uma hora que uma mesa acabe a sua contagem, é-nos então dito por um polícia, com cara de ter 12 anos, que afinal era apenas preciso entregar os votos a ele e podíamos ir para casa. Porreiro.
23:00, prestes a dormir, já em casa depois de um Domingo até aí razoavelmente espectacular, eis que outro ser de inteligência superior (leia-se Eu a.k.a. Idiota) resolve atender uma chamada anónima no seu telemóvel:
- Tou sim, Sr. Luís?
- Sim, sim?
- O Sr. tem que vir ter à Junta de Freguesia p'ra de seguida ir a Loures.
- Você tá a brincar a comigo?!
- Vou-lhe passar aqui o telemóvel a uma pessoa...
-...
- Tou sim, Sr. Luís?
- Sim...
- Olhe, você tem que ir à Câmara entregar os votos.
- Você tá a brincar comigo!
- Não...
- Só podem 'tar a brincar comigo!!!
- Até já.

Achando por bem que se pudesse evitar a multa de 5000 euros evitá-la-ia, dirigi-me à Junta.
Depois da boleia dum funcionário da Junta psicopata, com pretensões de ser o próximo Schumacher, chego a Loures onde me deparo com um cenário 3º mundista: meia-noite e todos os Presidentes de todas as mesas de voto de todo o Concelho de Loures e Odivelas numa garagem à espera de entregar os votos. Por momentos não soube se estava em Loures se em Nzérékoré.
Depois de mais 1 hora e meia à espera, muitos protestos, de mandar os polícias pro cara**o, de assinar o baixo-assinado, de assistir a uns calduços num funcionário da Câmara com uma taxa de bazófia muito elevada e de receber um recibo igual aquele que tinha recebido 5 horas antes, livro-me finalmente daquela situação kafkiana.

Saldo deste Domingo, agora sim, verdadeiramente espectacular: 4 euros/hora.

Tudo isto me fez apreciar ainda mais aqueles indivíduos que em todas as eleições vão para as mesas dos votos partir-nos a cabeça, porque quem está nas mesas são sempre os mesmos e o que queremos é tacho.
Se algum desses estiver a ler, apenas lhe digo que agarre nos 75 euros que pagam nas eleições e os meta nas nalgas, porque deste 'tacho' nunca mais me apanham a comer. LR

02 outubro, 2009

Em Terra de Loucos

“Em terra de Loucos, quem tem Juízo é Louco!”, assim concluiu Mário de Sá Carneiro no seu livro Loucura, assim começo eu neste texto do qual ainda nada sei.

Foi nesta frase que passei grande parte do meu dia a matutar, não por não a compreender ou tanto menos por me causar estranheza, mas por me soar a tão familiar, embora até hoje me fosse completamente alheia.
Não foram poucas a vezes que me deparei com esta questão: O que é realmente a Loucura?
Também não é a primeira vez que me dou a divagações escritas sobre o mesmo assunto, mas nunca me ocorreu descrevê-lo tão bem como Mário de Sá carneiro o fez há cerca de 100 anos atrás:

“Loucura?! – Mas afinal o que vem a ser a Loucura?...
Um enigma… Por isso mesmo é que às pessoas enigmáticas, incompreensíveis, se dá o nome de loucos…
Que a loucura, no fundo, é como tantas outras, umas questão de maioria. A vida é uma convenção: isto é vermelho, aquilo é branco, unicamente porque se determinou chamar à cor disto vermelho e à cor daquilo branco. A maior parte dos homens adoptou um sistema determinado de convenções:
É a gente de juízo…
Pelo contrário, um número reduzido de indivíduos vê os objectos com outros olhos, chama-lhes outros nomes, pensa de maneira diferente, encara a vida de modo diverso. Como estão em minoria… são doidos…
Se um dia porém a sorte favorecesse os loucos, se o seu número fosse superior e o género da sua loucura idêntico, eles é que passariam a ser os ajuizados: Na terra dos cegos, quem tem um olho é rei, diz o adágio: na terra dos doidos, quem tem juízo, é doido, concluo eu.”

Podia certamente ficar por aqui e não acrescentar mais nada, no entanto as minhas divagações não mo permitem e se assim não fosse de pouco me serviria transcrever tão brilhante dissertação.

Da amálgama, na sua generalidade disforme, de pensamentos que me percorreram a mente após a leitura do que anteriormente citei, houve alguns que tomaram forma e são esses mesmos que vou tentar exprimir, na certeza porém de que o farei com inferior brilhantismo.

É um facto que a sociedade, a maioria portanto, não vê com bons olhos os loucos, no entanto, julgo, que por vezes o faz, o fazemos, o faço, por pura inveja! Inveja de não ter coragem de revelar o que realmente nos vai na alma!
Quem não gostaria de por vezes lançar bem alto um grito no meio da rua? Um grito de revolta! Um grito de pranto! Um grito de alegria! Um simples grito apenas pelo gozo de o dar! O que seja…
Quantos de nós o fazemos? Muito poucos… talvez os nossos amigos mais loucos…

A sociedade não é mais que um grupo de pessoas a representar e nesta peça de teatro os loucos são simplesmente maus actores. Actores sem formação, ou mesmo sem jeito para representar. E por norma os maus actores não são aplaudidos pela plateia, mas se por acaso houver no meio dessa plateia um que esboce uma palma, é louco!

Todos representamos, todos encenamos, todos criamos a nossa personagem que acabamos por apresentar no palco enorme que é a vida nesta sociedade, onde toda uma plateia se dispõe para nos julgar, com o maior dos rigores, à mínima falha e a nossa personagem é dilacerada pela plateia, por este júri de nossos pares.
Aos que se recusam a entrar na peça, a esses está fadado o desprezo, aos que representam mal é-lhes dado um papel de figurante, aos que melhor representam é-lhes dado o papel principal, o de cidadão exemplar!

Será que não vivemos já numa terra de loucos? Onde afinal quem tem juízo é o Louco?
Seremos todos tão animalescos e selvagens ou inaceitáveis aos olhos dos nossos pares que tenhamos que criar este circo decadente para convivermos uns com os outros?
Ou temos nós próprios, no nosso íntimo, medo, falta de coragem de mostrar quem realmente somos, sob pena de podermos vir a ser colocados na borda do prato?
Porque queremos afinal que a sociedade nos engula?
E porque engolimos nós esta sociedade e todas as convenções que esta acarreta e nos impõe?
Será a sociedade não mais que um pacto de não agressão entre os habitantes deste mundo?
E se o é, será que toda esta destruição, guerra e aniquilação só cessará no dia em que todos formos absorvidos pelo mesmo ideal de sociedade?

Neste momento são mais as questões, que as resposta, o que me vai na mente.
Não espero pelas respostas, quem sabe quando elas virão? …
E espero também parar em breve com toda esta divagação, corro o risco de ficar Louco! HC

E Trocaram-se as Voltas…

A dada altura o movimento giratório da Terra começou a abrandar.
Até que finalmente, mas apenas por breves segundos, esta parou, fixa no seu eixo.
Iniciando logo de seguida um novo movimento.
Giratório sim, mas no sentido oposto aquele em que, desde o inicio dos tempos, se movia.

Trocaram-se assim as voltas.
E com a troca de voltas do pequeno astro veio a troca de valores.
O correcto passa a estar errado!
O incorrecto passa a estar certo!

Ninguém sabe ao certo quando teve lugar este evento.
Entre os estudiosos da matéria as doutrinas dividem-se:
“-Desde o início da Humanidade que assim é!”
“-Antes da Humanidade já assim o era!”
“-Deus disse que assim fosse!”
“-A Terra gira?”

Com a troca de valores vieram as acções contraditórias.
Que para quem ainda se rege pelo antigo movimento giratório parecem confusas.
Hoje, e desde aquele momento impossível de localizar no tempo.
Aquilo que fazemos de correcto, pode muito bem parecer aos desajustados, errado!
E aquilo que se faz de incorrecto pelo pequeno calhau giratório estará, certamente certo!
Não tivessem trocado as voltas ao mundo!

Como os ajustados e os desajustados com as novas voltas do mundo se encontram todos misturados, torna-se difícil, confuso ou até impossível distinguir o certo do errado, o incorrecto do correcto.
E dessa dificuldade, confusão ou impossibilidade nasce a manipulação.
Nasce a necessidade de convencer os restantes humanos de que aquilo que fazemos é o correcto, embora possa não o ser, ou mesmo sendo, quem será a autoridade que o define?

E autoridades não nos faltam!
É a Legal, a Moral, a Religiosa, a Cultural e uma lista infindável de muitas outras.
Todas elas a institucionalizarem aquilo que dizem ser certo e correcto a fazer!
E a Humanidade relaxa.
Enquanto seguirmos uma, ou até várias, de certo que estamos no bom caminho, pois eles é que sabem!
O ideal até é seguir várias, pois se um dia, em dada situação, estas entrarem em conflito, podemos escolher a que melhor nos servir no momento.

Mas melhor que seguir autoridades, é ser a autoridade!
Quando somos nós a autoridade, nós é que ditamos o certo e o errado, o incorrecto e o correcto!
Todos queremos ser ditadores, mais que não seja das nossas próprias vidas!
Das nossas vidas? Sim! Mas só no que mais nos seja benéfico! O resto que decidam as autoridades que é para isso que elas servem!

De ditador e de mordomo todos temos um pouco! Digo eu…

Até no que toca á nossa natureza tendemos a girar no sentido que mais nos convier! HC

01 outubro, 2009

Embriagado de democracia



















Estou embriagado de Democracia. Bebi demais.
Depois de umas eleições em que os 3 Partidos que meteram mais deputados no Parlamento foram PS, PSD e CDS (com toda a legitimidade, o povo assim quis), anseio por 4 aninhos abstémio.

Talvez seja pelo excesso de democracia no sangue, mas há algumas coisas que me custam compreender. Uma delas é o facto de pela cabeça de milhares de portugueses ter passado o seguinte raciocínio: “Estou farto dos mesmos 2 partidos. Está na hora de mudar de política! Vou votar CDS. [!]”

Uma segunda, deparei-me com ela enquanto cumpria a honrosa função de ‘contador de votos’, em que cada voto contado é uma facada no lombo. Eis que dentro dum voto, muito bem embrulhado, está uma folha com um texto de algum eleitor. Texto esse com uma prosa cheia de revolta, de indignação, de desespero pela estagnação do país, pelo salário baixo do seu autor, um apelo à mudança do estado de coisas. Uma pérola comovente. Escorriam-me já 2 lágrimas pela face quando reparo que no voto, que embrulhava o épico desabafo, está uma cruz em PS. Não posso se não ficar contente (ainda que confuso) que alguém, do alto da sua coerência, conte comigo e só comigo, um mero cidadão que conta votos, para mudar a situação no país.

Por último (diz-se que o último copo de democracia é aquele que cai mal…), deparo-me hoje com isto. Foi democracia a mais para quem já não bebia democracia há algum tempo.
Parece que após a nega dos Irlandeses ao Tratado de Lisboa, vai haver novo referendo apenas 1 ano e meio depois. Apenas porque a extremamente democrática Comissão Europeia (a tal com um Presidente eleito por 0% dos cidadãos europeus) quer ter mesmo, mesmo certeza da vontade dos cidadãos irlandeses. E se ganhar o Não outra vez (algo em que as empresas de sondagens estão já a trabalhar para que não aconteça) daqui a 4 meses temos outro referendo só pra ter mesmo, mesmo, mesmo a certeza. Ou até ganhar o Sim. Porreiro, pá!
Espantou-se muita gente quando a Manuela Ferreira Leite sugeriu (ironicamente, ou não) a suspensão da democracia por 6 meses, p’ra pôr tudo na ordem…
Meus amigos, a democracia já está suspensa há muito tempo! A desordem é que continua a mesma.


Que se foda isto tudo.
Mais um shot!!! LR

"Não basta pensar"









"Até dá mais jeito que não se pense de todo!"
LR