30 março, 2009

Igreja VS Látex

Se à coisa que eu aprecio é uma boa batalha, então se meter ao barulho a vida de milhares de pessoas, tanto melhor.
A Igreja Católica, desta feita encabeçada por Darth Sidious, peço perdão, Bento XVI, continua a sua guerra aberta contra a indústria do Látex, quando mais uma vez se desloca ao continente africano e advoga o não uso do preservativo porque, diz ele, não deixa fazer filhos e ainda por cima tira a sensibilidade, o que é uma grande chatice.
Mas o grande problema em África é que para além de produzirem filhos, também produzem SIDA e outras maleitas, mas é óbvio que alguém que não faz sexo e vê pouca televisão, não está a par destas coisas.
Qual é o objectivo de procriar crianças doentes, que vêm ao mundo com o único propósito de sofrer? Nem toda a gente quer ser um Cristo! Eu sei que não quero!
Mas o senhor Papa não foi totalmente negligente nas suas afirmações e arranjou uma solução muito simples:
-Façam como eu e limitem-se a usar a mão!

A verdade é que os católicos em África não vão deixar de fazer sexo, mas também não vão usar o preservativo, porque das duas ordens, e já que a carne é fraca, ao menos que se cumpra alguma coisa do que o senhor padre diz!

Será que está tudo louco no Vaticano e arredores? Pessoalmente gosto de acreditar que sim, mas isso sou eu!

Tenho, para mim mesmo, a crença que isto não é nada mais que frustração.
Esse grupo de tipos que não pode fazer sexo, por opção própria, que ninguém os obriga a meteram-se naquela vida, um dia decidiram:
-Se nós não podemos, mais ninguém pode! (engraçado que também não está errado se trocarem os P’s da frase anterior por F’s)
Mas depois houve um mais novo que lá estava, ao qual a frustração ainda não tinha toldado o pensamento que disse:
-Não vamos exagerar! Eu concordo realmente que devíamos limitar esses actos, mas se isto acabar, não acabam também as criancinhas que nós tanto adoramos?
Entretanto, depois de algum regateio decidiu-se que só se devia fazer sexo para efeitos de procriação.
Nesta altura ninguém ligou muito, ainda não havia preservativos, havia a tripa, mas era um bocado nojento e quase ninguém usava, portanto, quer se quisesse ou não, o sexo acabava quase sempre por ter efeitos procriativos.

Só que depois inventaram a vulcanização da borracha e derivado disso o látex. Do látex, alguém menos católico fez o preservativo actual (que para além de mais higiénico, não nos priva de cozinhar as tripas à moda do Porto), a malta começou a aderir e os tipos da Igreja ficaram aborrecidos com a indústria do Látex.

A verdade é que as vidas humanas nunca disseram grande coisa à Igreja Católica, quando não estavam eles próprios a praticar o genocídio, ficavam a assistir caladinhos e contentes.

O que é inconcebível é que o desejo humano de explicar o inexplicável tenha dado origem a tão repugnantes instituições, e não me refiro apenas à Igreja Católica.
Para me precaver de alinhar nessas carneirices prefiro dizer:
Não sei! Mas também não me interessa! HC

01 março, 2009

Sentimentos

Sentimentos! O que são? São algo que todos temos, isso é um facto, e que optamos por os mostrar ou não.
Começo a não ter a certeza se quero mostrar os meus, tornam-me vulnerável a ataques, mas não me tornam fraco, porque não são os sentimentos que me enfraquecem, por outro lado podem dar essa sensação a quem me queira atacar.
Mas porque raio havia alguém de me querer atacar? Não sei. Nem sei bem porque é que as pessoas se atacam mutuamente. Não advogo o “dar a outra face”, mas vinganças mesquinhas também não me agradam. Se temos problemas com alguém temos que nos confrontar a nós e a eles com esses problemas e se a diplomacia falhar que venha a batatada! Agora “pratos que se servem frios” não são propriamente a minha área de interesse, o tempo que alguém perde a magicar uma vingança bem que o podia utilizar para fazer algo de útil.

Percebo agora que não há muito a dizer sobre sentimentos, por isso mesmo são sentimentos, servem muitas vezes para expressarmos aquilo que não conseguimos dizer, mas escondermos os sentimentos vamos torna-nos pessoas com problemas de expressão, o que torna muito mais complicada a tarefa de sermos compreendidos, que no fundo é a grande luta do indivíduo, fazer-se entender e fazer-se compreender.

Por outro lado, se optamos por esconder os sentimentos é porque queremos esconder parte de nós, porque não queremos ser um livro aberto, mas possivelmente uma bíblia, que se lê três vezes e das vezes que se lê parece que se está a ler um livro diferente. Isto até nos pode tornar interessantes, não dignos de confiança, mas interessantes.

No fundo, acho que o ideal é o meio-termo, não quero ser o sentimental que corre o risco de se aparentar com um cínico, mas também não quero ser uma pedra, sem sentimentos.
HC