27 outubro, 2007

A Esperança!

Bem! Este titulo não sei bem porque o coloco neste texto, talvez porque é a única coisa que nos vai segurando aos nossos ideais…
Estou triste! Por razões pessoais que, sem querer que soe a egocentrismo, são motivos universais.
Sinto que cada vez que defendo causas altruístas ou até os direitos humanos é igual a estar a defender os direitos dos animais, sem querer ofender os animais que merecem, por vezes mais que os humanos, ser defendidos.
A grande maioria prefere viver na monotonia que lhe é imposta sem sequer abrir os olhos para as privações que tem que passar sem necessidade. Ingrata é a tarefa de quem tenta mostrar a um conformado que existe melhor que a vida que leva e que realmente pode fazer algo para a mudar…
Sinceramente, juntamente com o desprezo, começo a nutrir alguma admiração pelos individualistas, por todas as chatices, tristezas e desilusões a que se poupam sem sequer darem conta, mas eu não consigo ser assim.
Peço-vos desculpa por este texto sem qualquer enquadramento, mas se não o publicasse, mais valia tê-lo apenas imaginado.
Toda esta desilusão faz-me perder alguma força, é verdade, mas não é isto que me faz baixar os braços. O que procuro, talvez não seja o mais altruísta dos feitos, mas quero que um dia que faça um balanço da minha vida não me possa ocorrer que poderia ter feito mais! HC

25 outubro, 2007

Bodies!

Desloquei-me ontem à exposição ‘The Bodies’.
Os mais incautos, e que possuam lacunas graves no inglês, poderão pensar que se trata de uma exposição de bodies, a peça de roupa que foi o furor do princípio dos anos 90 e que consistia num híbrido de camisola e cueca de senhora (com botões de mola por motivos de osmorregulação), tudo numa única peça. Erro.
’The Bodies’, ou ‘O Corpo Humano Como Nunca o Viu’ (forma como poderia ter apresentado a exposição desde o início do post mas que não deixaria espaço para a piada dos bodies, extremamente bem esgalhada, diga-se de passagem) é uma exposição de espécimes humanos reais, que são exibidos após um tratamento muito específico, que não irei explicar, bastando que vão ao site, que nos permite visualizar todas as estruturas, desde órgãos grandes até as mais pequenas artériolas e, arrisco, mesmo capilares. Ou seja, uma data de mortos com as vísceras à mostra. Fora este o slogan e em vez de 165.000 visitantes teriam tido 1.000.000…
Como bom português, ou seja, como alguém a quem nunca dá jeito gastar 15 euros e quanto mais tarde os puder gastar melhor, desloquei-me à dita exposição no último dia, a 2 horas do fecho, no mesmo dia e à mesma hora onde o Benfica viria a obter a primeira vitória na Liga das Campeões, pelo que me podem desde já agradecer. Transporto comigo uma espécie de maldição, que é a seguinte: quando vejo o Benfica, o Benfica perde. Como bom benfiquista, evito ao máximo ver jogos, mas nem sempre aguento, e daí os resultados periclitantes (e consegui finalmente enfiar a palavra periclitante num post) do glorioso.
Voltando à exposição. A espera, e desconfio embora não querendo acreditar, que se deva ao último dia da exposição, redundou em hora e meia numa fila, num ambiente muito parecido ao de um funeral. Pessoas com ar soturno, com fome e cansadas, direi mesmo tristes, à espera para verem mortos. E no fim a acabarem a pôr em perspectiva a fragilidade das suas próprias existências. Porque é isso que ver corpos cortados, literalmente, às fatias faz. Eu como sou dos que gosta de pôr em perspectiva a fragilidade da minha própria existência, mas que nem por isso gosto de funerais, devo dizer que adorei a exposição, e que valeu a pena cada minuto na fila. E foi também por isto que escrevi este post: para fazer pouco de todos aqueles que por preguiça ou por pobreza não puderam ir à exposição. O que redunda (e acabo de cumprir o terceiro objectivo deste post: escrever duas vezes a palavra redunda, que parece rotunda quando estamos constipados) numa dúvida. Quando se quer fazer pouco de alguém, mas não muito, dir-se-á que se quer fazer pouco pouco?
Abandono assim a perpectivação da fragilidade da minha própria existência, abraçando esta dúvida não menos existencial. LR

23 outubro, 2007

O Bandido...

Saudações Macaqueastes! (nem sei o que isso quer dizer, mas quando tentei escrever “macaquistas” o Word disse que estava mal escrito e uma das sugestões de correcção era essa palavra… achei giro...)

Não me vou alongar muito neste texto, mas afinal, eu penso sempre o mesmo antes de cada um que escrevo e podem ver o resultado habitual.

O que vos trago hoje é uma pequena descrição do que é um bandido e de alguns tipos de bandido que eu próprio defini. O que posso dizer… sou um génio da psicologia!

A primeira e única coisa que temos que interiorizar é que o Bandido é um indivíduo Burro. (está descrito o Bandido)

Ao Bandido Esperto já não se chama de Bandido, para esses temos outra definição na língua portuguesa que melhor os especifica… Politico!

Dentro do Banditismo propriamente dito:
Temos o Bandido Calão, aquele que prefere roubar de que trabalhar, porque trabalhar, no fundo…Cansa, então roubar aparenta ser mais fácil. Não podemos esquecer que o Bandido é Burro e na maioria das vezes vai de Cana.

Temos o Bandido Profissional. É um tipo de estatuto diferente para um Modus Operandi semelhante ao do Bandido Calão, muitas vezes é uma evolução do mesmo. Este tipo de Bandido distingue-se pela sua persistência no Banditismo e é um individuo que já atingiu um patamar em que goza de alguma fama, mas muito raramente pelo seu contributo prestado ao mundo do Banditismo, é geralmente mais conhecido por já ter estado preso inúmeras vezes!

O Bandido Ambicioso. É aquele que começa por roubar um gelado a uma criança e termina a sua carreira com uma tentativa de assalto ao Louvre, geralmente isto acontece tudo na mesma semana.



Como é óbvio ocorrem-me mais tipos de Bandido, mas mais uma vez vou apelar (em vão, como sempre) à participação de vocês 3 para nos darem mais alguns exemplo e tipos de Bandidos! A Caixa de Comentários e Serventia da Casa!
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Alonguei-me! Um Forte Abraço! HC

19 outubro, 2007

Roubo!

Acabo de saber que a Federação Portuguesa de Futebol decidiu tirar 35 mil euros ao ordenado do Scolari como penalização pela cena de pancada, arrufo vá, com o jogador sérvio Dragutinovic. Acho isto uma vergonha!
O homem dá o corpo ao manifesto, vê o seu braço desviado para o lado contra a sua vontade, e coitado ainda lhe tiram 35.000 euros depois desta manifestação de patriotismo e orgulho à boa maneira portuguesa? Hã?! À porrada no cabrão do sérvio?
Quer dizer.. A UEFA mamou-lhe 12.000 euros, os chulos da Federação mais 35.000 euros, e o homem é suposto governar-se com o quê? 100.000 euros?!
Como sempre, o trabalhador é o bode expiatório... LR

É preciso, é urgente, palavras de ordem diferentes!

Tive a enorme honra de me deslocar à manifestação que ocorreu ontem, organizada pela CGTP, para os lados do Parque das Nações. Na verdade, foi apenas uma coincidência, motivada por razões meramente consumistas (shame on me), mas não deixa de ser uma contribuição válida.
A ‘manif’ prometia. Os bonecos cabeçudos faziam adivinhar uma manifestação das boas, à moda antiga, daquelas a que eu ia quando era puto. Mas algo está diferente, mais ‘mole’ nas manifestações. E isso, meus amigos, são as palavras de ordem.
Voltei desiludido com as vaias e gritos de protesto. Sinceramente.
O problema é porem o altifalante aquele nas unhas de indivíduos muito boas pessoas, mas sem a chama e sem a capacidade de inflamar as hostes que a função requer. O que aquilo precisava era de chefes de claque.
E passo a exemplos concretos, que não me ocorre agora nenhum abstracto. Eis que está um desses ‘anima-hostes’ (desconheço o nome da função, por isso vou chamar-lhe isto), com o megafone na mão, que ia falando nos intervalos da música semi-pimba (onde páras tu, querido Zeca?) que às tantas inicia uma intervenção, com um “Negociação sim! Imposição não!”. Palavra de ordem que não tem a força e o poder reivindicativo de um “Oh Sócrates, vai pó caralh*!!!”, é certo, mas que também não envergonha. Tudo muito bem. Mais eis que, à 4ª ou 5ª repetição, o ‘anima-hostes’ se engana e às tantas mete tudo a dizer “Imposição sim! Negociação não!”, tal Elmer Fudd enganado pelo Bugs Bunny. Mas sem Bugs Bunny. Sozinho.
Segue-se a correcção embaraçosa. “Ai, que até me engano. Imposiç… pera… Negoc… Negociação….. sim.. Imposição… não. Negociação sim! Imposição não!”
Patusco, sem dúvida, mas sem a força que se quer numa ‘manif’ destas. Os nossos ‘anima-hostes’ fazem-me sempre lembrar aquele sobrinho da máfia que tá sempre a fazer merda, mas a quem no fim se perdoa tudo porque é um gajo porreiro e até sabe matar e coiso.
Vou por isto sugerir algumas palavras de ordem, que julgo terem muito mais força e serem muito mais objectivas. Se tiverem ideias, peço que acrescentem nos comentários.

• “Engenheiro (?), ladrão, saúda a manifestação!”
• “Partido Socialista, reencarnação fascista!” – Frase de ordem para uso interno.
• “E se o Sócrates quer ser cá da malta, tem que cortar essa jugular até ao fim, até ao fim!”
• “És de direita, és de direita, oh palhaço! Oh palhaço! Oh palha-aço!”
• “Sócrates, cabrã*, qualquer coisa acabada em ão!“ – Interessa aqui dar ênfase à primeira parte da frase, sendo a restante meramente acessória.
• "Macacos na luta, contr'ós Filhos da Put*!"


P.S. Este foi apenas um episódio menos positivo da 'manif'. Há que sublinhar que esta contou com 200 mil pessoas (!), a maior ‘manif’ dos últimos 20 anos. Significativo, e um sinal de que há muita gente atenta às políticas do governo e descontentes com estas, pelo menos até às próximas eleições…

P.S.2. Temos uma ‘manif’ com 2% da população e tudo o que se vê nos telejornais é sobre o tratado europeu de Lisboa.
Ah, espera! De Lisboa! A felicidade, a honra, o orgulho de pertencer a um país que tem uma cidade onde se assinou um tratado europeu! *olhos marejados de lágrimas*

P.S.3. Uma manifestação nos EUA com 2% da população teria 6 milhões de pessoas.
Na China não sei… Nunca percebi a história dos biliões. LR

17 outubro, 2007

Moralidade Via E-mail

Já não é a primeira vez que este assunto é referido neste espaço de debate e exemplo de democracia que é o Macacos Me Mordam, mas nem por isso deixa de me enervar!

A questão é: Por que raio tenho que estar constantemente a receber e-mail’s moralistas e cheios de lições de vida na minha caixa de e-mail?

A resposta é: Não sei! Mas fico F… (piiiii!)

Todos os dias me deparo com uma caixa com 3/15 e-mail’s de onde muitas vezes nem um se aproveita.
Através de uma análise profunda e informações prestadas por fontes que não posso revelar cheguei à conclusão que a grande parte destas mensagens nos chegam….espantem-se…. Do Brasil!!! Muito possivelmente são criados pelo grande núcleo de emigrantes orientais que lá existe, pois o que mais recebo são Mantras, Tantras e Provérbios com 2000 anos que nos falam sobre os perigos do capitalismo.

Mas o que realmente me perturba não é quem cria estas mensagens e PowerPoint’s, pois todos sabemos que há malucos para tudo e cada um faz o que lhe apetece! O que me perturba é o facto das pessoas reencaminharem esses e-mail’s, até mesmo os nossos amigos estão envolvidos neste esquema de idiotice à escala global! É Preocupante!

Para não falar naqueles testes e inquéritos que nos dizem quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Apenas temos que responder a 20 ou 30 perguntas e reencaminhar o e-mail para 20.000 amigos!

Aliás, espanta-me até o carácter evangelista dessas mensagens e até a persistência dos meus amigos mais religiosos que, mesmo sabendo que sou Ateu, me continuam a enviar e-mail’s com passagens da Bíblia e que com toda a naturalidade me dizem que Deus vai gostar mais de mim e até realizar os meus desejos (que nem um Pai Natal Supremo), sendo que para isso só tenho que enviar aquela mesma mensagem a 20.000 pessoas, porque senão, não só Deus não gostará de mim, como não me realiza os meus desejos e ainda me manda para o Inferno só para eu não me estar a armar em Parvo!

Isto não fica por aqui, tenho a certeza que não é a última vez que me sentirei obrigado a falar sobre este assunto, mas por hoje chega! Um Abraço Primata! HC

12 outubro, 2007

Este blog diz Piaçaba!


Chega a hora deste blog se juntar às grandes causas! Associamo-nos assim ao manifesto anti-piaça, em defesa da identidade do Piaçaba!
Vamos então usar uma faixa no canto superior direito, para que nunca se esqueçam da verdadeira identidade deste instrumento tão útil, tão belo e com uma função tão ingrata, como o piaçaba.
Juntem-se a nós! Saiamos todos para a rua!
Piaçás?! No más!!! LR

09 outubro, 2007

O regresso - Parte 'já lhe perdi a conta'

Quase 10 meses depois (!), eis que volto ao activo neste tão famigerado, e infelizmente debilitado, blog.
Desta vez não inventarei desculpas. Se é certo que tive muito tempo ocupado, por exemplo em ‘eventos’ como os descritos pelo HC no post anterior, também é certo que tive muito tempo livre.
Não bloguei porque não me apeteceu. Um luxo nos dias que correm, o de poder não se fazer o que não se apetece fazer. Mas foi levado longe demais. Até porque já há algum tempo que me apetece.
Por tudo isto, peço desde já desculpa aos 3/4 indivíduos (a eterna dúvida: 3/4 ou 4/5?) que sempre tentaram, com sacrifício pessoal, vir ler as baboseiras que para aqui escrevemos, acalmando as nossas insistentes súplicas, sôfregos de dar vida ao blog. Ironicamente, somos nós próprios (eu com especial culpa), antes ansiosos por dar vida ao blog, que o vamos matando, agarrado à vida apenas por meia-dúzia de posts do meu, sempre inconformado, colega de blog.
Por isso, espero que, com fôlego renovado, consigamos fazer o blog reviver, enxotar as moscas que por aqui se instalaram e aumentar o número de leitores de 0/1 para os nossos estimados 3/4, 4/5.
Até breve! LR

O Balanço...

Bem! Sinto que está na altura de fazer um balanço deste verão.

Em primeiro lugar quero pedir desculpa aos nossos leitores que não nos conhecem, mas vou entrar num campo mais intimista, peço-vos que tentem ver as referencias a lugares e pessoas como figuras de estilo, ou algo do género…

No entanto, sem querer tornar este espaço demasiado pessoal e até lamechas, quero agradecer.
Agradecer àqueles que partilharam comigo este verão.

Aqueles que num paraíso sem palmeiras se uniram para montar uma pirâmide de copos com mais de 150 elementos.

Aqueles que no Alentejo profundo se juntaram numa casa e fizeram lembrar uns velhos tempos que não são assim tão velhos!

Agradecer aos 4Taste. (por mais estranho que pareça)

Agradecer àqueles que me levaram a conhecer zonas do nosso país nas quais nunca tinha estado e que mesmo no meio de conflitos e desentendimentos foi bom e teve os seus momentos altos!

Às praias de Porto Covo, por me terem oferecido a melhor vista deste verão (não levem a mal meninas, mas aquilo é mesmo perfeito!).

Agradecer àqueles que se cruzaram e estiveram comigo durante três dias na Atalaia, que fica na Amora, que fica no Seixal (Atalaia, Amora, Seixal), aos que comigo ouviram e sentiram aquela musica que nem preciso referir o nome, aos que como eu se arrepiaram quando ouviram as letras do grande Zeca!
E também quero pedir desculpa, àqueles que não vi por lá, mas era difícil abrir muito os olhos!

Agradecer às que acordaram um dia com uma senhora a enxotá-los, pois iam “trabalhar com ferro” naquele preciso local onde descansávamos.

Agradecer aos que partiram para outro país e dos quais nos despedimos durante uma semana, que nem ciganos! Um Forte Abraço para esses!

Agradecer às Caldas da Rainha por nos ter recebido uma noite, às que nos deram de comer (canellones vegetarianos e espetadas!), aos que nos deram de beber (martini, sangria, poncha, cerveja, k-ribu…).

Agradecer a quem fez de noites sem expectativa, uma noitada agradável de conversas interessantes!

E agradecer ao tipo que teve presente na maioria destes eventos, o grande LR, o Luís, que está sempre lá! Se foi inesquecível, ele esteve lá, ou pelo menos poderia ter estado e assim tornaria a experiência ainda mais inesquecível! (eu sei que não gostas destas tretas por isso fico-me por aqui, mas tu tas lá!)

Muitos agradecimentos ficam por fazer, mas creio que perceberam a ideia!
A ideia era Agradecer Recordando e Recordar Agradecendo!
Um Abraço a Todos! E.... Obrigado! HC