13 fevereiro, 2008

Subjectividade – A Resposta Universal

Seja para desconversar, não dar a opinião, ou apenas disfarçar o facto de não se ter uma, dizer que tudo é subjectivo começa a tornar-se na resposta universal!
Faz-nos parecer tão respeitadores de todas as opiniões que nem nos damos ao trabalho de dar ou ter a nossa.
Poucas coisas me tiram mais do sério que ouvir alguém dizer que “opiniões não se discutem”, ou o tão simples “isso é subjectivo”.

Como é que se aprende a ser tão transparente que se consiga conceber que um genocídio pode ser algo bom para alguém e como é essa a opinião da tal pessoa nós devemos respeitá-la?

Perdoem a imperfeição da minha pessoa, mas transparente é algo que não consigo ser!
Posso conseguir ver algo de forma imparcial e até perceber racionalmente o que levou a o que quer que seja, mas nunca vou conseguir deixar de tomar partido do que acredito, logo na minha intervenção vou ser sempre parcial.

Quanto às opiniões… Estou sempre pronto para discuti-las, senão o que vou discutir? Se o ditado fosse correcto nós apenas deveríamos discutir em concordância, o que faria de nós conformistas, pois é impossível todos pensarmos o mesmo acerca de tudo! E quanto a respeitar as opiniões dos outros, também peço imensa desculpa, mas há opiniões que não respeito, nem posso respeitar!

Se tudo é subjectivo, a própria subjectividade é subjectiva, logo, os juízos de valor que fazemos até podem estar correctos!
Eu pelo menos sei, sem qualquer subjectividade, que vou continuar a defender aquilo em que acredito, com argumentos, não relativizações. HC

15 comentários:

  1. Concordo totalmente com o que foi escrito. Há que ser objectivo e não subjectivo. Viva a frontalidade mas há que pensar em não ferir susceptibilidades.É que dizer tudo como os malucos pode trazer dissabores. ...

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  2. Gilda, o problema n reside em dizer tudo, mas em como se diz tudo! Eu acho que se formos perspicazes podemos dizer tudo sem ferir susceptibilidades, isto se não as quisermos ferir! hc

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  3. Sim, mas tu conheces-me, fala aquela que não sabe mesmo falar, diz tudo e depois fica sempre a chorar,mas que se lixe, já disse!!!
    gb

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  4. Grande texto, bom conteúdo. Continuo a dizer que eras tu quem deveria estar em Letras e não certos quadrúpedes que lá andam. Porque ser bom escritor não implica que sejamos pseudo - intelectuais nem que abordemos temas contantemente transcendentes. Tou mesmo farta disso. Sinto falta de ler textos destes: claros, limpos, precisos e interessantes. Por isso, espero contar contigo para o próximo número tá?
    E concordo plenamente contigo: não há nada que me ponha mais frustrada que um: "isso não podemos discutir: é subjectivo". De facto, há coisas que o são devido às muitas opiniões que inspiram mas isso não quer dizer que não as abordemos todas quando discutimos algo. Dizer isso tornou-se um facilitismo para quem não se quer dar ao trabalho de pensar um bocado. Acho eu.
    Por isso, continua a Discutir:)

    Bacia :*

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  5. Se todas as pessoas concordassem contigo,deixaria de existir a subjectividade e com isso perder-se-ia o pensamento próprio, o raciocinio autónomo, a relativação que é tão importante para banir extremismos.

    Exemplo:

    «O Relativismo Cultural é uma ideologia politico-social que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmos.

    O relativismo cultural (RC) defende que o bem e o mal são relativos a cada cultura. O "bem" coincide com o que é "socialmente aprovado" numa dada cultura. Os princípios morais descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas normas da nossa sociedade.

    Relativismo cultural é o princípio que prega que uma crença e/ou atividade humana individual deva ser interpretada em termos de sua própria cultura. Esse princípio foi estabelecido como axiomático na pesquisa antropológica de Franz Boas nas primeiras décadas do século 20 e, mais tarde, popularizada pelos seus alunos. O próprio Boas não usou tal termo, que acabou ficando comum entre os atropólogos depois da sua morte em 1942. A primeira vez que o termo foi usado aconteceu em 1948, na revista American Anthropologist; o termo em si representa como os alunos de Boas resumiram suas próprias sínteses dos vários princípios ensinados por Boas.»

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  6. A meu ver, se me permitem meter o bedelho, numa troca de ideias entre 2 indivíduos é importante é que cada um explane o seu ponto de vista, e não que haja um que dê a sua opinião e haja outro que conclua que podem haver opiniões válidas diferentes, sem sequer dar a sua.

    Quanto ao relativismo cultural aplica-se quando estamos a falar de diferentes culturas.
    Exemplo: os infanticídios serem aceites nas sociedades esquimós e não nas ocidentais.
    Entre um grupo de amigos portugueses do mesmo cenário cultural penso que tal conceito não se aplica. E penso que é deste grupo que se está a falar.

    Ou seja, o que me parece que o Hugo tá a querer dizer, e com o qual concordo, é que prefere que as pessoas lhe dêem opiniões contrárias à sua em vez de tentarem evitar o confronto de ideias ou de esconderem a falta de opinião por detrás do pseudo-argumento de subjectividade (que existe mas que não precisa que haja sempre alguém que tire essa brilhante conclusão).

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  7. Luis, isso é um bocado SUBJECTIVO...espera!
    Será que se deve ao facto de qualquer comentário, que aqui feito, seja uma opinião e como tal diz respeito ao SUJEITO.

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  8. Claro que diz respeito ao sujeito. Mas eu só posso falar por mim. Não quero ser o moderador que tira a brilhante conclusão que toda a opinião é subjectiva, sem sequer expressar a tua. Porque é simplesmente inútil.

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  9. A minha opinião está bem expressa antes do exemplo. Este último tinha por único objectivo, levar o Hugo à compreensão do conceito relativismo cultural, na esperança de que ele (e pelos vistos, aos demais), o aplique numa espécie de "relativismo pessoal".
    Insistir na vigarice não é argumentar, é apenas teimosia.
    Portanto, aqui acabo este assunto.

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  10. Salazar. Em primeiro lugar supores que não sei ou não compreendo o relativismo cultural é estares a substimar-me um pco. No entanto, assim como o LR, não acho que a explicação que deste tenha algo a ver com o assunto em questão.
    Quando deste a tua opinião divergiste daquilo que tens vindo a defender, porque embora o que tenhas dito esteja errado, foi bastante preciso e mto pco subjectivo.
    E está errado pk eu não acho que todos deviam pensar como eu, apenas acho que todos deviam pensar e se possivel até de forma diferente da minha pk as minha ideias são um pco estupidas.
    O pensamento próprio e o raciocinio autónomo a que te referes, (note-se que isto é a minha opinião), nada ganham com a subjectividade, muito pelo contrário, podem ganhar com uma visão ampla das coisas, mas com uma crença ampla só são prejudicados pois nunca se definem, a não ser que defendas a audencia de ideais!

    Onde o LR tentou levar a conversa e que eu acho o mais importante é o facto de existirem pessoas que se refugiam nessas subjectividade para parecerem mais esclarecidos e elucidados do que realmente são, ora aí está um bloqueio ao pensamento proprio e ao racicinio autónomo, muitos mais temos que saber e entender para defender algo do que precisamos para dizer que algo é subjectivo.

    Salazar, sei perfeitamente que não é o teu caso, embora a ideia para este texto tenha vindo de uma conversa nossa, o teres pegado na subjectividade naquele dia apenas me recordou o quanto não gosto dela, mas de ti gosto! :D hc

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  11. P.S.: Só acrescentar que do Salazar não gosto, mas da salazar tbm gosto.

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  12. E o que não é subjectivo?! A nossa própria existencia o é... Porque até mesmo dentro de todas as limitações nós podemos fazer escolhas, hummmm, mas isso é tão subjectivo... Opiniões discutem-se, com todo o fervor e paixão que se consiga, é isso que nos faz evoluir, REpensar e REinventar-nos a cada "mais um pensamento aprofundado, REaprofundado", pensado a dois ou a vinte... É muito subjectivo... eu sou livre de guardar as minhas opiniões, e livre de ouvir as tuas, nem que seja apenas e só, para tornar as minhas mais solidas!

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  13. Cara Kukl, o que aqui trato, como já foi referido em explicações a anteriores comentarios, não é a existencia ou não da subjectividade, mas sim o uso desta para disfarçar alguma incapacidade na criação ou expressão de uma opinião própria, sem que por isso tenhamos que abdicar da nossa postura intelectual.
    Tudo o que dizes concordo, embora não se enquadre no contexto do texto, mas afinal de contas isto é um espaço de debate e se isso nos levar a divagar por outros campos que não os visados no texto em questão, para mim é óptimo. hc

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  14. eu acho que está tudo errado nesse espaço... mas tudo bem... tudo bem meu bem... quer a verdade-mentira? entra então: www.radialoeste.blogspot.com
    pq eu entro nessa bagaça!!!
    salve salve meu camarada!!!

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  15. Gostei do sítio! Um abraço... peludo...

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