Mais uma vez pego num tema do passado, sim, do passado, porque isto da
luta de classes é uma coisa que hoje em dia já não faz muito sentido. Que
classes? Já não há pobres nem ricos, hoje somos todos cidadãos de pleno direito
neste mundo ou no Facebook pelo menos. E se não é esta ideia impingida que nos
engana é o nosso próprio ego que se recusa a admitir que somos mais pobres que
alguém, vivemos segundo a nossa ambição e não segundo a nossa realidade,
queremos ser ricos, logo recusamos a ideia de sermos pobres.
O capitalismo vai usando isto com mestria contra nós e nem sequer
percebemos.
Acreditamos em ideias que nos vão sendo plantadas no cérebro e que
crescem como ervas daninhas e não paramos um segundo para perceber que aquilo
que pensamos não é aquilo que pensamos e que na realidade pensar, pensamos
pouco.
Mas a verdade é que a luta de classes e acima de tudo a consciência de
classe faz tanto sentido hoje como fazia há quase 170 anos atrás.
Sem consciência de classe damos por nós a travar batalhas que não são
nossas e a defender interesses que em nada nos beneficiam.
Tudo isto nos vai sendo injetado desde cedo, na escola, nos media e
nos nossos postos de trabalho.
Toda esta mentalidade submissa nos é vendida como bom senso, quando é precisamente o oposto.
Quem no seu perfeito juízo defende o seu opressor?
Ou será que estamos todos a sofrer de Síndrome de Estocolmo?
O inimigo não dá tréguas, porque havemos nós de dar? Temos que
defender os nossos interesses, os interesses da classe onde nos inserimos.
Os ricos nunca deixam de agir como ricos, não se esquecem de defender
a sua riqueza!
Porque é que temos que ser nós a defender os interesses de quem nos
mantém na pobreza, nos intimida e coage? Não temos!
O que temos que fazer é despertar, perceber o que nos rodeia
e que ideias nos podem tirar deste buraco, não temos que acreditar que a
austeridade nos estava a fazer bem só porque um orelhudo o diz na TV!
Temos que pensar! Saber quem somos e o que queremos! Temos um longo
caminho pela frente… HC
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