Afinal haviam outros

Foi com grande satisfação que vi o Pavilhão Atlântico, há alguns dias atrás, e o Coliseu do Porto, hoje, completamente lotados nos comícios da candidatura de Jerónimo de Sousa. E ainda mais porque foi possível ver que a adesão de malta jovem foi enorme, o que me faz pensar que eu e o meu amigo hoolie, tantas vezes ostracizados e incompreendidos por amigos devido à nossa ideologia, não somos aves raras por aí além (na opção política, porque de resto encaixamos bem na definição de aves raras).

Queria apelar, não ao voto em, mas ao não voto em Cavaco Silva. Para além de ser a figura da direita, e de tudo o que ela representa, tem demonstrado uma atroz falta de ideias nesta campanha. Um discurso baseado em chavões, e frases feitas atrás de frases feitas, muito ao estilo dos futebolistas nas flash-interviews ou até mesmo ao estilo de Bush, limitando-se apenas a não meter a pata na poça. Não me parece que seja suficiente para ganhar eleições presidenciais. Basta ouvirem. Criticamente.

Tenho ouvido algumas pessoas dizer que não iam votar porque Cavaco tinha a vitória garantida, e outras dizer que iriam votar em branco. Às primeiras devo dizer que Cavaco só ganhará, à primeira volta, se tiver mais de 51% dos votos e que todos os votos contam para evitar esse cenário. Para além disso aconselho que não caiam nas tretas das sondagens, essas manipuladoras. O objectivo das sondagens é levar-nos exactamente para onde querem que vamos (lembrem-se da profeta do Matrix).
Às segundas devo dizer que acho que nestas eleições ao contrário de outras, o voto em branco tem muito menos carga de contestação. É um voto que se aproxima mais da abstenção. E a escolha não é assim tão difícil. É escolher entre Esquerda e direita. E escolhendo Esquerda, é escolher o melhor candidato. Quem ficar em segundo irá à segunda volta e, não tenho dúvidas, ganhará a Cavaco.
Por isso, no Domingo toca a tirar esses cús do sofá e ir votar (esquerda). Podem dizer que vão da minha parte. LR