A dada altura o movimento giratório da Terra começou a abrandar.
Até que finalmente, mas apenas por breves segundos, esta parou, fixa no seu eixo.
Iniciando logo de seguida um novo movimento.
Giratório sim, mas no sentido oposto aquele em que, desde o inicio dos tempos, se movia.
Trocaram-se assim as voltas.
E com a troca de voltas do pequeno astro veio a troca de valores.
O correcto passa a estar errado!
O incorrecto passa a estar certo!
Ninguém sabe ao certo quando teve lugar este evento.
Entre os estudiosos da matéria as doutrinas dividem-se:
“-Desde o início da Humanidade que assim é!”
“-Antes da Humanidade já assim o era!”
“-Deus disse que assim fosse!”
“-A Terra gira?”
Com a troca de valores vieram as acções contraditórias.
Que para quem ainda se rege pelo antigo movimento giratório parecem confusas.
Hoje, e desde aquele momento impossível de localizar no tempo.
Aquilo que fazemos de correcto, pode muito bem parecer aos desajustados, errado!
E aquilo que se faz de incorrecto pelo pequeno calhau giratório estará, certamente certo!
Não tivessem trocado as voltas ao mundo!
Como os ajustados e os desajustados com as novas voltas do mundo se encontram todos misturados, torna-se difícil, confuso ou até impossível distinguir o certo do errado, o incorrecto do correcto.
E dessa dificuldade, confusão ou impossibilidade nasce a manipulação.
Nasce a necessidade de convencer os restantes humanos de que aquilo que fazemos é o correcto, embora possa não o ser, ou mesmo sendo, quem será a autoridade que o define?
E autoridades não nos faltam!
É a Legal, a Moral, a Religiosa, a Cultural e uma lista infindável de muitas outras.
Todas elas a institucionalizarem aquilo que dizem ser certo e correcto a fazer!
E a Humanidade relaxa.
Enquanto seguirmos uma, ou até várias, de certo que estamos no bom caminho, pois eles é que sabem!
O ideal até é seguir várias, pois se um dia, em dada situação, estas entrarem em conflito, podemos escolher a que melhor nos servir no momento.
Mas melhor que seguir autoridades, é ser a autoridade!
Quando somos nós a autoridade, nós é que ditamos o certo e o errado, o incorrecto e o correcto!
Todos queremos ser ditadores, mais que não seja das nossas próprias vidas!
Das nossas vidas? Sim! Mas só no que mais nos seja benéfico! O resto que decidam as autoridades que é para isso que elas servem!
De ditador e de mordomo todos temos um pouco! Digo eu…
Até no que toca á nossa natureza tendemos a girar no sentido que mais nos convier! HC
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