12 janeiro, 2016

Eu e o Meu Cavaquinho...

Tenho 30 anos e venho falar-vos de algo que me acompanha aproximadamente desde que me lembro de existir e ter consciência do que me rodeia.
O meu Cavaquinho, mas não sou egoísta, o Cavaquinho de todos nós afinal.

Era uma criança quando tomei conhecimento de que éramos governados por alguém e que esse alguém era o Cavaquinho, o nosso Primeiro-Ministro, depois também havia o senhor que andava de tartaruga, mas esse era mais como um Rei, era o Presidente da República, não me lembro de nada antes disso, apenas sabia que chamar fascista a alguém era o pior insulto de todos e que os do CDS eram fascistas.

E até ter dez anos os anos foram passando, uns melhor, outros pior, sei que os meus pais passaram períodos difíceis, alguns de nenhum trabalho, outros de muito trabalho e pouco dinheiro, de trabalho precário, de repressão de direitos e regalias adquiridos e sempre de incerteza no futuro, mais ou menos como os de hoje.

Em 1995 uma coisa era certa para mim, o Cavaquinho era mau, ninguém gostava dele! Mas ninguém mesmo! O tipo até o Carnaval tirou à malta! E isso é coisa que nem o Salazar fez! Só o Passos Coelho, mais recentemente…

Mas em 1995 tudo isso acabou, o Cavaquinho foi embora e não se voltou a ouvir falar muito nele, começou o tempo das vacas gordas para alguns, para nós as vacas mantiveram a linha, porque o dinheiro não esticava tanto para nós como parecia esticar para outros.

Quando o Cavaquinho se candidata para as eleições de 2006, para mim foi mais ou menos como a candidatura do Tino de Rans, não havia hipótese deste ganhar o que quer que fosse, ninguém gostava dele! Ninguém!

Ganhou… Comeu bolo-rei, segurou em cagarras…

E quatro anos depois ganhou outra vez… mas desta vez já não me surpreendeu muito porque já me tinha apercebido que os Portugueses são um bocado estúpidos e que as únicas coisas nas quais têm bom gosto e são exigentes é na Sardinha e na Entremeada. De resto comem qualquer merda!

Agora o Cavaquinho vai embora e ninguém gosta dele! Ninguém!
Mas quando falecer, em breve, vai para o panteão e disso não tenho dúvidas. HC


P.S. – Para quem lê na diagonal e tenha ficado a pensar que isto era uma estória sobre um instrumento musical, dá música, mas os instrumentos somos nós. O Cavaquinho é Aníbal Cavaco Silva!

Sem comentários:

Enviar um comentário