22 outubro, 2004

Fo.. fo.. fo.. fooo… da-se!!!

Hoje vivi, com mais dois colegas, uma das situações mais confrangedoras da minha vida, que vou de seguida tentar relatar (o que duvido que consiga).
Após as aulas dirigimo-nos a uma sala onde estava marcada uma pequena reunião de esclarecimento sobre uma cadeira e a sua avaliação. Chegámos lá e não estava mais ninguém. Esperamos um bocado, mas como não chega mais ninguém resolvemos entrar. E aqui é que começa o chato da situação. A professora que nos ia esclarecer era gaga! Mas não era um daqueles gaguejos relativamente fluentes, era um daqueles gaguejos que parece que provoca sofrimento ao gago em questão. E ali estamos nós a ver a nossa vida a andar para trás, prevendo imediatamente o ataque de riso que aquilo nos ia provocar. E pior ainda quando ela diz “vou ser rápida!”.
Lá nos sentamos, enquanto a senhora vai dizendo o que pode, e ficamos mesmo à frente da senhora. Três indivíduos fechados numa sala com uma gaga. Eu no meu caso devo dizer que desliguei imediatamente, não apanhei informação nenhuma, só pedia a alguma força superior que aquilo acabasse, enquanto me concentrava em imagens de dor e sofrimento. Lá íamos fazendo caras de quem está com imensos problemas e preocupações na vida, enquanto fingíamos que estávamos a tirar apontamentos. Mas aquela vontade irracional de rir era quase incontrolável. Não percebo o fenómeno. A senhora gaguejar não tem piada nenhuma, não temos qualquer deleite com a gaguez dela, não estamos no gozo, mas não conseguimos parar aquele riso idiota. E ali ficamos, ela sabendo que nós estamos a engolir litros de riso, nós envergonhados sabendo que ela o sabe, ela sabendo que nós sabemos que ela sabe, e por aí adiante. Toda a gente sabe tudo. Mas pronto, ela lá tenta falar o mais rápido que pode para despachar aquilo. E nós naqueles intervalos intermináveis olhamos para o caderno, para o tecto, para o chão, e lá nos aguentamos. Pelo meio ainda houve um ronco de riso do Yannick (leitor assíduo deste blog) que ia deitando tudo a perder, mas passado um bocado, que pareceu horas, ela lá nos manda dispersar. E nós disparámos que nem foguetes.
Foi mesmo muito, muito complicado não rir, e só gajos com grande poder de concentração é que poderiam sair desta situação sem dar uma barracada enorme. Só me resta deixar aqui um conselho: se forem gagos, por favor, nem pensem em ir para professores. LR

3 comentários:

  1. Espero que os dois colegas presentes preencham o resto da história com pormenores, que, devido à intensidade da situação, não consegui absorver. LR

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  2. Palavras para que....está tudo dito! Espero nunca mais passar por nada assim...ia-me dando uma piripáca de tanto esforço q fiz para conter a gargalhada inevitavel nestas situaçoes...é q a mulher até revirava os olhos quando o "platinado" começava a falhar...fo....fo....fofo...foooooo...da-seee! Abraços e Beijinhos,

    Ricardo.

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  3. É só pra dizer k eu era pra ir a isso... E n fui !!! LOL
    Safo-me sempre... Muahahahhaaa !!!

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