29 março, 2004

"Bem visto ó cavalo!”

Aqui há dias no final de um jogo de futebol transmitido pela televisão pude observar mais atentamente uma situação que vem sendo comum nos estádios. O que se passou foi simples: a equipa a jogar em casa ganha com um golo irregular perto do final do jogo, e logo a seguir ao apito do árbitro um magote de adeptos do clube favorecido (isso mesmo, favorecido) corre para a zona por onde sai o árbitro para o insultar! Ali ficam uns segundos a berrar uns palavrões sem sentido ao homenzito. Depois do árbitro sair, toda a gente se vira e segue na maior descontracção para a saída, sem qualquer sinal de exaltação, de volta para as famílias, de volta para o dia-a-dia normal. Mas que raio de fenómeno é este? Que estranha necessidade de insultar é esta? Será que é apenas uma necessidade de libertar o stress acumulado? Mas porquê de forma tão irracional? Não haverão melhores maneiras de descontrair? Dar uns chutos na bola com os amigos, dançar, pular, ter uma noite de amor, cantar ou até mesmo andar ao soco amigavelmente com um amigo ao bom estilo do “Fight Club”. Ou será que este pessoal é mesmo assim, passado? Ou quem sabe frustrados que têm esta necessidade de ofender, agredir. E que depois vão para casa para junto dos filhos partilhar com eles a sua bela maneira de ser e ensiná-los a bela arte do ser-se estúpido. Não quero também dar aqui uma de santinho. Também já fui à bola e também já refilei com o árbitro. Mas nada de ofensas pessoais, de vociferar a plenos pulmões ofensas à sua família. Só assim uma achega como “palhurso” ou “cavalo”. E o cavalo que até é um bicho tão nobre. LR

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