12 maio, 2004

Boa boca
Desde pequeno que sou um puto magricelas. Não por comer pouco ou mal. Pelo contrário, até como bastante, adoro os petiscos da mamã. Também desde pequeno que estou habituado a ter imensos almoços de família, com tios, primos e afins. O que para mim é um grande problema, porque normalmente nestas almoçaradas o que se come é borrego, cabrito, guisados, etc., comida que não aprecio especialmente (principalmente etc., detesto). E desde sempre sou massacrado incessantemente nestes almoços com comentários do tipo “Ai, ele come tão pouco!”, “Não o vi comer nada!”, “Está tão magro!” ou “ O meu João Maria António [nome fictício] come tudo, é muito «boa boca»”. Por isso, e para o caso de algum familiar meu vier parar a este blog (o que seria um problema), passa a sublinhar alguns pontos:
Ponto 1: Eu não sou magro por comer pouco!
Ponto 2: Se nas almoçaradas como pouco é porque não me agradam os pratos que fazem!
Ponto 3: Se só me vêm com o prato vazio é porque gosto de comer rápido, e não de estar duas horas de volta do prato, num misto de conversa e comer já frio.
Ponto 4: Não usem a expressão “boa boca”!!! É graças a vocês que esta faz parte da minha lista de mais odiadas. Será que um gajo que come indiscriminadamente toda e qualquer comida é melhor boca que eu? A mim parece-me que é, isso sim, um “boca submissa”. Come tudo o que lhe dão sem questionar, não tem gosto, não tem preferência, não tem opinião, a não ser de que é tudo muito bom. Lá por um gajo não gostar de Dobrada ou Tripas à moda do Porto não quer dizer que seja um “má boca”.

E assim fica explanado mais um trauma meu…

P.S.: Caros familiares, aparte estes episódios, gosto muito de vocês [snif, snif]. Vocês são malta divertida, malta bué de fixe (como diz agora o pessoal novo) e era difícil ter-me calhado melhor. LR

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