Psicologia barata
Ontem vi um filme que, apesar de não ser grande coisa, me pôs a pensar numa ou duas coisas. A história era simples: rapaz perde memória – rapaz procura informação sobre o passado – rapaz conhece rapariga pela qual se apaixona – rapaz descobre que era assassino profissional – rapaz deseja não ter descoberto o que era e deseja ficar com a giraça que, obviamente, se acagaça com a descoberta. Em primeiro lugar fica a dúvida se isto era de alguma forma possível na realidade. Duvido. Mas supondo que é, ou pelo menos em parâmetros idênticos, levantam-se algumas questões. Ora, o rapaz é assassino. Perde a memória. Quando descobre posteriormente que era assassino apresenta já características completamente diferentes de quando o era. Será que o ser humano intrinsecamente é bom e só pratica o mal depois de uma prolongada acção de um ambiente específico? E de que forma actua esse ambiente conduzindo o indivíduo a práticas malévolas e influenciando-o de maneira tão marcante? Será que o mal que praticamos é apenas o reflexo do conjunto de experiências que vivemos? E será que a perda de memória pode eventualmente provocar uma regressão a uma “personalidade primordial” e serve como um “reset” da mesma, uma vez que nos limpa da memória experiências marcantes? Mas mesmo com amnésia essas experiências “esquecidas” não se reflectirão igualmente no comportamento? Ou será o amor a ter um papel tão determinante na vida de um homem ao ponto de o mudar e às suas atitudes tão radicalmente? Que mecanismos químicos e biológicos ditam o comportamento humano? Atrás destas poderiam vir dezenas de outras perguntas. Não sei responder a estas questões nem sei se fazem algum sentido, mas de qualquer maneira acho que vale a pena perder algum tempo a pensar sobre elas pois parece-me que nas respostas de algumas se escondem soluções de problemas sociais complexos. LR
Sem comentários:
Enviar um comentário