Quando se deu a revolução dos cravos eu era ainda, se tanto, um projecto baço, fusco, na cabeça dos meus pais. Não vivi a revolução fisicamente, mas desde sempre a senti como minha, pelas palavras emocionadas de muitos, pela nostalgia nos olhos de outros tantos. E parece-me desajustado este slogan adoptado pelo, provavelmente, pior executivo desde o próprio 25 de Abril. Tentam, num jogo de estatísticas e gráficos, mostrar as diferenças, óbvias, de Abril de 1974 com Abril de 2004. Mas é, quanto a mim e quanto a muitos outros, muito mais importante destacar a Revolução que se deu em Abril, um marco que separa um tempo de opressão de um tempo de liberdade. Mas pronto, 30 anos se passaram, a liberdade já não nos é estranha, e a palavra revolução é tão desconfortável, tão chata, para quê usá-la desnecessariamente? E sempre dão mais jeito putos mansos, que acreditam que as grandes conquistas do 25 de Abril foram o DVD e o telemóvel, do que putos chatos com os chamados ideais. Pois para o povo nunca será desnecessário lembrar o verdadeiro teor de Abril. Abril é Revolução!!! LR
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